É uma das mais tradicionais casas de fazenda de Acari. Algumas modificações e acréscimos, que nela foram incorporados, são facilmente detectados. Uma delas foi substituição do alpendre com pilares de madeira por outro, mais profundo, com pilares em alvenaria de tijolos. Outras modificações detectadas são relativas à construção de anexos, contíguos à fachada lateral esquerda, colocação de uma parede dividindo a sala de jantar, criando um quarto e tomando a sala de jantar menor; transferência da porta do primeiro quarto que dava acesso à sala de visita para outra parede, dando acesso ao corredor; abertura e fechamento de portas; assim como a construção de um alpendre na face posterior da edificação, utilizando os pilares de madeira e demais materiais em condições de reaproveitamento, retirados do alpendre frontal original.
A sala de visita, ocupando toda a largura da casa, apresenta os mesmos elementos e a mesma composição encontrada em outras edificações ora estudadas: armadores e cabides dispostos ao longo das paredes; sistema estrutural da cobertura; as duas portas que dão acesso ao alpendre e entre elas, o armário embutido. Nesta casa, sobre o corredor, verifica-se a existência do paiol de farinha, o que também ocorria na maioria das casas aqui estudadas, que dispõem de corredor, que quase, sempre têm, sobre ele, o referido paiol, elemento de uso corrente nas casas de então, já que a farinha era um item indispenável na alimentação das pessoas e sua aquisição era feita em determinado período do ano, tendo que ser bem acondicionada. Dali era retirada em porções, a farinha de mandioca para o consumo doméstico.
Na despensa, pode-se observar a existência de um jirau, confeccionado em madeira, que se encontra pendurado na estrutura da cobertura. É composto de duas prateleiras, diferindo dos mais singelos que se constituian-se de uma única prateleira. É utilizado principalmenrte para a colocação de queijos, carnes de sol e outros mantimentos. Na cozinha, encontra-se a cantareira, um dos elementos indispensáveis da vida cotidiana dos Moradores das casas de então. Neste caso, a cantareira é confeccionada em pedra granítica, esculpido-se em baixo relevo, os locais onde são colocados os potes que armazenam água para o C consumo doméstico da casa. A tradição recomendava que só se deveria beber “água dormida”, ou seja, após ter passado uma noite decantando e esfriando no pote, pelo processo de revença. Em outras casas analisadas, ainda se podem observar os potes desempenhando sua função precípua,dispostos sobre cantareiras de madeira ou simplesmente apoia dos no chão.