Mantêm as características mais representativas de sua fábrica original, sendo possível identificar claramente um acréscimo, constituído pela construção de um depósito ocupando parte de seu alpendre, assim como a substituição de seus pilares, outrora em madeira, por espessos pilares de alvenaria. Para a construção do referido depósito, foi preciso que se desse uma deflexão no plano do telhado, diminuindo sua inclinação. Além dessas intervenções, foram construídos também dois contrafortes, um de cada lado da casa, com o intuito de assegurar sua estabilidade, já que a mesma apresentava fissuras em suas paredes.
Encontra-se assentada sobre um lajedo, em sítio elevado, de onde se tem uma visão panorâmica privilegiada da paisagem. A casa conta com sótão, apesar de seu pé-direito não dispor de altura adequada para a existência do mesmo em condições satisfatórias. Com o objetivo de aumentar a área e melhor aproveitar o espaço do sótão, uma de suas paredes foi disposta apoiada sobre uma peça de madeira, não estando, portanto, apoiada em parede do pavimento térreo, como em geral ocorre com a maioria dos sótãos existentes nas casas aqui estudadas.
Como resultado, obteve-se um sótão cujo pé-direito, em um trecho, não comporta uma pessoa em pé. Ao sótão, tem-se acesso através de uma escada de alvenaria, cuja disposição de seus degraus ocorre de forma sui generis. Como não se conseguiu chegar ao sótão em um único lance, foi criado um pequeno patamar, sacrificando a largura da escada, de onde se inicia o segundo lance. É uma escada que se pode caracterizar como mal concebida ou projetada, contudo, assim mesmo, foi construída. O desgaste dos degraus denunciam sua plena utilização e antiguidade. Com exceção da cozinha, todas as demais paredes da casa são rebocadas, sugerindo que a mesma possa ter sido reconstruída posteriormente. Contudo, verifica-se que o sistema construtivo adotado é o mesmo, bem como os materiais empregados: pedras no alicerce e tijolos na alvenaria.
Na parede da fachada posterior da edificação, são encontradas envasaduras, feitas com os mesmos tijolos usados na respectiva alvenaria. Pode-se considerá-los como os precursores dos atuais cobogós. Estas envasaduras são encontradas com frequência em despensas e ambientes de serviços das casas. Trecho do piso da casa é feito de tijoleira de adobe. Como a forma desse tipo de elemento não resiste à ação da água, verifica-se que seu emprego em “área molhada” da casa, nas proximidades da cozinha, foi se desgastando e retomando à condição de barro, ora se constituindo em piso de terra batida.