Foi construída por volta de 1820, e habita da sem a existência do reboco externo, só feito em 1898. Na fachada lateral esquerda, é intrigante que as janelas das salas de visita e de jantar tenham vergas em arco abatido, enquanto as correspondentes aos dois quartos têm verga reta. Essa diferença de modelo é forte indício de que os quartos não tinham janelas para o exterior, e as que lá se encontram tenham sido abertas posteriormente à fábrica original da casa. Para adequá-la às inovações sanitárias introduzidas nas residências, foi criado um w.c. no trecho da varanda posterior, onde então existia um forno. No quarto da frente, contíguo à fachada lateral direita, foi fechada uma porta que o ligava à sala de visita e foi aberta uma outra para o corredor (transferiram uma porta de um lugar para outro).
Nos quartos contíguos à fachada lateral esquerda, segundo informações de antigos moradores, foi entaipada uma porta que os ligava e uma outra que ligava o segundo quarto à sala de jantar. A porta que ligava um quarto à sala de jantar já não mais aparece. Foi entaipada. Vê-se ainda uma porta na fachada lateral direita que dá acesso do segundo quarto a um jardim então existente, ora transformada emjanela. O fogão à lenha então existente nacozinha foi demolido. A cobertura da casa é constituída por um telhado em duas águas, de inclinação acentuada, característica peculiar às demais casas estudadas, também conhecida como “telhado de arrasto”.
Esta casa não dispõe de sótão, apesar da disponibilidade de espaço com altura suficiente para tê-lo. Para esta constatação, basta observar, a partir do assoalho sobre o corredor, as meias-paredes que dividem os quartos. Está situada numa elevação do terreno, sobre uma plataforma nivelada, propiciando que o alpendre, com seus tradicionais pilares de madeira, se encontre bem acima do nível do terreno, de onde se descortina uma belíssima vista das serras circundantes. Possui duas portas de acesso pela fachada principal, sendo que, por uma delas, se chega à sala de visita, e pela outra, a uma saleta ou sala das mulheres.
Sobre o corredor existem dois trechos de assoalho de madeira sustentados por barrotes, intercalados por um espaço aberto teriam sido paióis para estocar farinha ou outros mantimentos tão comuns àquela época. Hoje são utilizados para guardar objetos de menor uso, já que não dispõem de escada fixa que lhes dê acesso. Na sala de visita, observa-se a utilização de brabo sem a necessidade de pontalete para a sustentação da terça. Vê-se ainda uma peça de madeira, disposta sobre a meia parede que divide a sala de visita da saleta, que recebe os esforços transmitidos pelo pontalete, que, funcionando como radier, distribui os referidos esforços ao longo da parede. Esse tipo de estrutura da cobertura, quase sempre de aroeira, como é o caso, ocorre também nas de mais casas em estudo.
Na sala de jantar, a exemplo da sala de visita, podem-se observar brabos curvos sustentando diretamente a terça, sem a utilização de pontaletes. Este sistema é também adotado em outras edificações aqui analisadas. Contudo, a maior recorrência constatada é a utilização de pontaletes entre o brabo e a terça. Ainda nessa sala, encontra-se uma janela com grade de madeira, peça também existente em outras edificações analisadas.Observando-se a partir do depósito sobre o corredor, de um lado verifica-se a existência de uma parede baixa que recebe pontaletes, por cima da qual, pode-se ver o interior dos quartos, provavevelmente de hóspedes e dos homens, e do outro, uma mais alta,justamente para evitar que se veja, dali, o intenor de outros quartos, provavelmente do casal e das moças.