A casa-grande da fazenda Boa Vista teve sua conclusão em 1857, segundo inscrição existente na parede da fachada lateral esquerda. Ao longo de sua existência sofreu modificações que são facilmente identificáveis através dos vestígios deixados. A mais recente sequer foi concluída. Trata-se de um acréscimo, contíguo à fachada lateral esquerda. Os atuais pilares do alpendre, em alvenaria, substituem os originais, que eram confeccionados em madeira.
Com base em vestígios verificados in loco, conclui-se que esta edificação, em sua feitura original, contava, na fachada principal, com duas portas, sendo uma corres pondente à atualjanela e a outra, à primeira porta, a contar da fachada lateral esquerda Na sala de visita pode-se observar a descontinuidade da parede da fachada principal após a porta em primeiro plano denunciando o acréscimo incorporado à edificação, compreendendo aproximadamente a metade da sala de visita e um grande quarto.
Nas portas principais, por onde se chega à sala de visita, vindo-se do alpendre, é interessante perceber que apesar das vergas terem forma em arco abatido, as folhas das referidas portas são retangulares. Este modelo é recorrente nas casas cujas envasaduras têm verga em arco abatido. Como um dos equipamentos domésticos mais utilizados nas residências, encontra-se a cantareira confeccionada em madeira. Nela são colocados os potes com água para o consumo doméstico. Era corriqueira, a observância de que a referida água, antes de consumida, deveria ser “dormida”.